20090123

Música anti-PSD !

E esta foi feita para o discurso miserabilista da tanga de Durão Barroso. Qualquer semelhança não é pura coincidência.

Repórter Estrábico - Biltre!

20090120

Cinzento e com ar de governante da ditadura fascista


Cavaco Silva, aparece nesta foto, com um aspecto sinistro, estilo secretário de estado de Marcello Caetano, ou até mesmo de deputado do partido único UN/ANP (mais tarde rebaptizado de PPD/PSD).
O homem que carrega o fardo do PPD/PSD continua a ser o mesmo de sempre. Nunca mudou e nem vai mudar. É um homem que bem podia ter feito parte do governo da ditadura radical, de extrema-direita, que asfixiou Portugal, durante 48 anos.




Tribunais Plenários a 24 de Abril de 1974


Tudo começava numa complicidade entre o regime fascista e os seus tentáculos operacionais, judiciais e penais.

O "bufo" contactava com o PSP ou GNR, que por sua vez encaminhavam para a PIDE.

Ser democrata ou simplesmente discordar do sistema era sinónimo de ser "comunista" assim apelidavam, à boa maneira nazi e fascista todos aqueles que questionavam a legitimidade de um poder nascido de uma revolução e sem eleições livres.

A ideologia estendia-se a toda a função pública e para ser desde policia a Juiz tinha de se pertencer à casta Salazarista.

O partido único - União Nacional - não admitia divergência de opiniões. a correspondencia e documentos oficiais terminavam sempre com:

"A BEM DA NAÇÃO"

Os campos de concentração tais como o Tarrafal, eram o exílio e a morte para todos os que depois de "legitimados" por uma sentença judicial, para aí eram deportados, sofrendo sevícias e os mais altos modos de tortura - a distância da família, a violência fisica e a "morte".

Pretende -se aqui esclarecer como um sistema montou, utilizou pessoas, que actuavam "A BEM DA NAÇÃO" condenavam por crimes políticos contra a segurança da Nação todos os que questionavam o querer ser livre e a liberdade de expressão.

Também os muitos que para não terem de ser assassinos coloniais procuravam, pelos montes, atravessar a fronteira para a almejada liberdade.

Esses também eram presos e condenados, uns como desertores, outros como emigrantes clandestinos.

A repressão policial, necessáriamente tinha de ter associada a máquina judicial e a penal.

É o que aqui se recorda!

Fonte:

20090117

Deputado do PND/Madeira apresenta queixa contra João Jardim do PPD/PSD

Deputado do PND/Madeira apresenta queixa contra João Jardim do PPD/PSD

20090115

Sondagem: PSD mais desgraçado não pode ficar...


Esta notícia dedico-a particularmente à reflexão de Alberto João Jardim - esperando que acabe de uma vez por todas com as suas hesitações - bem como aos que, perdendo tempo, ainda acreditam na actual liderança do PSD. Segundo o Correio da Manhã, num texto da jornalista Janete Frazão, "Manuela Ferreira Leite alcançou o nível mais baixo do PSD nos últimos doze meses no que se refere à intenção de voto legislativo. A líder social-democrática, que se encontra em quedas consecutivas desde Julho de 2008, reúne actualmente a confiança de 23,3% dos eleitores. Quando, em Abril do ano passado, Luís Filipe Menezes abandonou, debaixo de fogo, a liderança laranja, o partido tinha a intenção de voto legislativo de 26% dos entrevistados. Segundo uma sondagem CM/Aximage, também o PS tem, neste âmbito, vindo a perder terreno. E se em Dezembro de 2008, conquistou 37,9% dos eleitores, em Janeiro de 2009, a intenção de voto legislativo nos socialistas atingiu os 37,3%. Apesar desta ligeira queda, o partido liderado por José Sócrates mantém uma distância confortável face ao PSD.

FICHA TÉCNICA
Objectivo Barómetro Político melhor preparado para lidar com a actual crise económica Universo Indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidores de telemóvel Amostra Aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo) e representativa do universo. Foi extraída de um subuniverso obtido de forma idêntica. A amostra contou com 600 entrevistas efectivas: 265 a homens e 335 a mulheres; 158 no Interior, 204 no Litoral Norte e 238 no Litoral Centro Sul; 204 em aldeias, 174 em vilas e 222 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral Técnica Entrevista telefónica por C.A.T.I. (Computer Assisted Telephonic Interview) Trabalho de campo Decorreu entre os dias 6 e 9 de Janeiro de 2009, com uma taxa de resposta de 75,4% Erro probabilístico Para o total de uma amostra aleatória simples com 600 entrevistas, o desvio-padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma margem de erro - a 95% - de 4,00%) Responsabilidade do estudo Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e João Queiroz".

Fonte: http://ultraperiferias.blogspot.com/

20090114

Talvez Foder (o PSD)

Este era o tema que Pedro Abrunhosa costumava dedicar a Cavaco Silva e à sua mulher em meados dos anos 90.
Abrunhosa costumava perguntar, nos seus concertos, a seguinte questão: " O que é que o Aníbal e a mulher devem fazer?" - E a resposta era óbvia.

Pedro Abrunhosa e Bandemónio - Talvez Foder

O PPD/PSD diverte-me


O PPD/PSD diverte-me, ou melhor, pessoas que estão no PPD/PSD divertem-me.
A começar pelo inanarrável, incompreensível, injustificável, inqualificável, e outras coisas acabadas em "ável" ou "ível" que vocês se lembrem, Alberto João. Se dizem que a Madeira é um jardim, e não duvido disso, apesar de nunca lá ter ido, não percebo como um tronco daqueles tem lá lugar. Um jardim no meu conceito tem flores, coloridas e belas, mais ou menos exóticas, maiores ou mais pequenas, mas nunca um tronco cinzento, feio, que nem exótico nem erótico mas sim esotérico, de uma pequenez mental de bradar aos céus.

Mas o PPD/PSD tem também Marques Mendes, M&M's, para os amigos, por ser pequeno, colorido e não derreter nas mãos, mas sim na boca de todos aqueles que com ele debatem. Poderia ser um Kinder Surpresa, pois nunca se sabe o que sai dali, se mosca se asneira e tem um prazo de validade estipulado tal como os chocolates. O prazo esse é até ao próximo congresso.

O que dizer de Pacheco Pereira, qual Chatotorix "o bardo" de Asterix, pois cada vez que pega na sua Harpa, neste caso na sua pena, afugenta tudo e todos tornando-se intragável para a maior parte das pessoas. Mas no fundo é uma personagem que diverte. Já dei por mim a pensar. Qual é que é a Barda que o Pacheco Pereira tem para nos dizer acerca disto.

Podia falar de tantos, tantos neste PPD/PSD que me divertem mas isso não seria uma posta. Seria um lençol. Isaltino Morais, Major Valentim e o seu fiel escudeiro João Loureiro, Miguel Frasquilho, Leonor Beleza, enfim um nunca acabar de cromos que enchiam duas cadernetas.

Continuem assim. Num país a brincar o que faz falta são políticos de anedota.

Por: Daniel Arruda

Fonte:

20090111

Porto: a luta dos moradores do Bairro do Aleixo

Porto: a luta dos moradores do Bairro do Aleixo
Os negócios imobiliários de Rui Rio


Na terça-feira, 22 de Julho, cerca de 50 moradores do Bairro do Aleixo manifestaram-se em frente à Câmara Municipal do Porto (CMP), enquanto, no interior, o executivo decidia, veio-se mais tarde a saber que com os votos favoráveis da coligação PSD/CDS e também do PS, o projecto para a demolição do bairro. Os manifestantes empunhavam cartazes onde se lia “Rio exterminador social” ou “Cansados de ser discriminados” e gritavam palavras de ordem como “Rui Rio cabrão, só vês o cifrão”. No mesmo espaço, cerca de duas dezenas de agentes policiais, quase um para cada duas pessoas. Rio, o mesmo que, em campanha eleitoral para o primeiro mandato contestou a demolição, tem medo dos pobres, pelo menos quando é apanhado a mentir-lhes.

No final, os manifestantes decidiram avançar com uma providência cautelar, que pretende suspender o processo até que haja uma reunião do executivo com os moradores, para se tentar encontrar uma solução de consenso. Há ideias e projectos alternativos. O que não há, porque se trata do unilateral Rui Rio, é a vontade de consultar as pessoas que serão afectadas pelas resoluções da CMP.

No Bairro do Aleixo, vivem cerca de 1300 pessoas. A população é socialmente desfavorecida, os níveis de escolaridade muito baixos, aliados à fraca qualificação profissional. O desemprego é elevado. Famílias numerosas convivem em espaços exíguos. Os espaços abertos são em geral incaracterísticos e desconfortáveis. E o senhorio votou o bairro ao abandono.

Tudo o que possa implicar a manutenção daquelas pessoas naquele local, entre a Rua do Campo Alegre e a marginal do Douro, com vista de postal e rodeado de condomínios de luxo, não interessa a Rio. O que ele pretende é deslocalizá-las, retirá-las das suas casas e enviá-las para outras zonas da cidade que ainda não se sabe quais são. O edil, se já se mostrara avesso à ideia de direito à habitação, revela-se agora completamente alheio ao direito ao lugar. Os pobres não têm direito a boas vistas. Ponto final.

As 1300 pessoas que vivem nas cinco torres vêem o seu futuro ameaçado com o novo projecto da autarquia. A preparação para a mudança começou através de uma carta enviada pelo «senhorio» das habitações, a empresa «DomusSocial, E.M.». A carta dava conta aos moradores do bairro da situação precária em que vivem e da necessidade de mudança, afirmando sempre que o diálogo será uma constante. «Iremos dialogar com todos os moradores ao longo de todo esse tempo», afirma-se no comunicado em que se anunciava que já se tinha tomado a decisão sem consultar ninguém.

De acordo com o plano vertido, a autarquia, através de concurso público, escolherá um parceiro privado para a criação de um Fundo Especial de Investimento Imobiliário (FEII), que ficará com o espaço do bairro social, avaliado em cerca de 13 milhões de euros, onde construirá habitações de luxo. Como contrapartida, a entidade privada irá construir de raiz ou reabilitar habitações devolutas e degradadas na Baixa do Porto, na zona histórica e noutros pontos da cidade.

Esta será a pedra basilar da propaganda autárquica nesta questão. A demolição do Aleixo vai ser, daqui a uns tempos, igual à reabilitação da Baixa. Com o tempo, veremos se os “outros pontos da cidade” não ganharão à zona histórica e à Baixa do Porto e se uma percentagem muito razoável das pessoas será realojada, no espírito do que aconteceu no Bairro S. João de Deus, onde o presidente da CMP, de decreto salazarista na mão, bradou que se tratava de gente que utilizava a casa para fins ilícitos, nomeadamente o tráfico de droga. Uma justificação que não decorreu duma decisão judicial, antes dum convencimento do edil.

Lembremo-nos do S. João de Deus, vulgo Tarrafal, por se tratar dum caso similar. Talvez por se situar no extremo oriental da cidade e de, como tal, os seus terrenos não serem tão apetecíveis para a especulação imobiliária, o processo de demolição deste bairro ainda não acabou. Neste momento há blocos habitacionais fantasma. As pessoas que ainda lá vivem estão mais esquecidas que nunca. Isso não se passará com o Aleixo porque a empresa que fizer parceria com a Câmara não vai deixar de querer rentabilizar esta oportunidade o mais rapidamente possível. O que, por outro lado, se repetirá, é que os problemas que lá existem não desaparecerão, serão levados para outros lados. Perguntem no Bairro do Cerco, no Machado Vaz, no S. Roque da Lameira ou no Lagarteiro se as coisas estão melhores agora ou antes da demolição do Tarrafal. Para a existência de situações problemáticas, Rui Rio apareceu com a panaceia da demolição. Os factos comprovam que está errado.

Há, claro, quem diga que o problema se coloca, desde logo, na escala, na falta de desenho urbano. E que a solução passa pela demolição das torres e posterior reconstrução, no mesmo local, de outro tipo de habitação social, aproveitando os cerca de 36 mil metros quadrados (dos quais apenas seis mil estão ocupados com habitação) e edificando um novo bairro, para quem quisesse lá ficar, com uma estrutura diferente, que se adaptasse à quantidade de famílias que permanecessem na zona.

Mas não. Rio já decidiu, está decidido. As torres vão abaixo e, mais retórica menos retórica, um espaço que é municipal, público, da comunidade, vai parar às mãos de privados.


António Cunha - Sábado, 26 Julho, 2008


Fonte: http://www.jornalmudardevida.net/?p=1081

20090109

Mafioso PPD/PSD da Ilha da Madeira



Mafioso PPD/PSD da Ilha da Madeira

Protesto de deputado do PND

Protesto de deputado do PND na Assembleia Fascista Madeirense

20090107

A morte do PPD/PSD


O PPD/PSD é uma genuína invenção lusitana: na maior parte dos países europeus há dois partidos que bipolarizam as preferências dos eleitores: um mais à esquerda, ligado à Internacional Socialista (estilo PS, PSOE, Trabalhistas, Democratas...) e outro mais à direita, liberal e de inspiração cristã (normalmente chamado Partido Popular ou Conservador).

O PPD/PSD polarizou em Portugal o voto da direita seguindo orientações liberais mas não é um partido de inspiração cristã. É uma mistura de pragmatismo e populismo liberal, onde foram cabendo variadíssimas personalidades, sem um forte suporte ideológico identitário: nem é a cartilha cristã, nem o legado social-democrata de Bernstein (que Cavaco Silva evoca de vez em quando). É um misto de protagonismos individuais, que clama pela destruição do Estado enquanto se apodera do seu aparelho e que foi estruturando uma clientela de interesses e cumplicidades.

O afastamento de grande número de dirigentes do PPD/PSD nos últimos anos é um evidente sinal de sua crise e da manifesta degradação da sua capacidade de intervenção e mobilização. Vai sobrando quem tem paciência para esta deriva ou quem tem alguma coisa a defender.

O programa liberal de José Sócrates deixou em cacos as poucas jarras que ainda ornamentavam as sedes laranja. O PPD/PSD não encontra o espaço ideológico que nunca construiu. Não há nenhuma renovação de dirigentes e o discurso é cada vez mais desorientado. A coisa está morta.

Mesmo estando morto, o PPD/PSD vai demorar a enterrar. Vai ter que ser arrastado, alapado como está a muitos grandes e pequenos poderes, em todo o país, suportado por generosos patrocinadores que o irão defender. O PPD/PSD desaparecerá de vez quando esses patrocinadores encontrarem uma alternativa liberal de confiança. Entretanto, está morto. E cheira mal, cada vez pior!

Em Vila Real de Santo António temos na gestão autárquico esse partido morto. Uma estranha gestão, partilhada por militantes laranja, ex-comunistas, renovadores comunistas e, muitas vezes, com a cumplicidade explícita do Partido Comunista. Será o amor a Cuba, o que os une neste projecto? Pelo estado descomposto em que está a cidade, não será certamente o amor a Vila Real de Santo António.

João Romão

Fonte:

20090106

Abusos de poder laranja

Sem comentários! Os atropelos à democracia, por parte do PPD/PSD.

Abusos de poder laranja

Dedicado ao PPD/PSD

Dedicado a todos aqueles que branqueiam a democracia e detestam a liberdade e o 25 de Abril e as suas conquistas.

Para o PPD/PSD

PPD/PSD proíbe deputado do PND de entrar no Parlamento

O deputado do PND a denunciar situações de atropelos à democracia na Ilha da Madeira, onde o partido fascista PPD/PSD proibiu a sua entrada no Parlamento local. Ainda assim, o líder do PND/Madeira, Baltasar Aguiar foi agredido por gentes do partido de extrema-direita PPD/PSD.

Deputado do PND/Madeira proibido de entrar no parlamento

PSD: Uma evolução na continuidade


As recentes eleições no PSD provocaram uma avalanche de interpretações e comentários sobre o estado a que teria chegado o partido e de previsões mais ou menos preocupadas sobre o seu futuro.
Ponderou-se mesmo a hipótese de, sem bússula nem rédea, poder vir a desaparecer por evidente desnecessidade face ao papel que o PS representa hoje na prática da política reservada pelo neoliberalismo aos Estados modernos; a saber, a privatização de tudo o que possa ser mercadejado e a organização sistemática e democrática da repressão até à integração na estratégia global da guerra infinita contra os povos.
A mais favorável das previsões terá sido a de Paulo Rangel que considera a actual situação não um sinal de desastre para o PSD mas, pelo contrário, uma premonição de que algo de novo vem aí: a recomposição do sistema político partidário. Rangel deu voz ao secreto desejo "social democrata" de que o bloco central de interesses encontre uma plataforma comum que, explorando a fundo as virtualidaes do neoliberalismo, permita aos negócios livrarem-se de contradições secundárias. Por mais que se reafirme que nunca mais haverá bloco central. Claro, será mais plausível assistir-se a uma recomposição do espectro partidário...
No que ao PSD interessa, dum lado o social liberalismo aglutinando os sectores mais desinibidos e que não precisam do cristianismo como fundador da Europa e portanto mais abertos à luxúria cosmopolita; do outro lado a direita pura e dura, cabeças juntas e patas para fora reclamando se da defesa dos valores de Deus, Pátria e Família acima de todas as coisas. A Pátria dos mortos, porque a dos vivos está sempre em construção.

O pântano alegrou-se com o coaxar das rãs

Sendo significativo que pouco mais de seis meses depois de Luís Filipe Meneses ter sido eleito por muito confortável maioria, o PSD já tenha sentido necessidade de mudar de chefe, é ainda mais significativo que se achasse estranho a acesa e por veses pouco delicada luta travada entre os vários pretendentes a... derrotar o PS de Sócrates em 2009. Cada qual mais destituído que o outro de alternativa coerente .Saiu afinal o que tinha de sair: a solução mais próxima do poder, a cavaquista Manuela Ferreira Leite.


O coaxar das rãs no pântano

O coaxar das rãs no pântano, reflectiu a luta entre os interesses instalados de grupos vorazes e parasitários do erário público, mesmo quando se proclamam paladinos da iniciativa privada.
Já no início dos anos noventa Cavaco Silva, sem nenhuma originalidade mas com o peso da sua maioria absoluta, proclamava que só o mercado livre garante a democracia..
Ouvindo o hoje o presidente da República preocupado exactamente com a violência das consequências do que considera a condição sine qua non da democracia - a liberdade do mercado , e a sua mais fiel discípula, a vencedora das eleições directas no PSD, colocar no centro do discurso a preocupação face à situação de "emergência social", temos razões para não desanimar: é o PSD no seu melhor.
O PSD nunca foi mais do que isto que nos mostrou nestas eleições internas: a disputa entre interesses pouco claros mas estreitos e cristalizados em torno de figuras que nada mais têm para oferecer que a garantia de que são ganhadoras! Ao ponto de o troglodita das ilhas ter sido apontado, por gente credenciada, como o melhor candidato a Primeiro Ministro porque... "é um ganhador".

Programa? poder. Ideologia? dinheiro.

O PSD desde muito cedo se habituou ao pragmatismo mais rasteiro, aliás o mais apropriado para assegurar a satisfação dos grupos de interesses instalados ou emergentes nas várias conjunturas, na parasitagem institucionalizada que tem caracterizado os governos em Portugal desde o 25 de Novembro com maior notoriedade desde os dois Governos da AD (PSD,CDS,PPM), culminando com os dez anos de consulado cavaquista.

Meus filhos, o vinho também se pode fazer com uvas

Sá Carneiro não legou verdadeiramente um programa ao PSD. Legou-lhe um guia prático de conquista do poder.
Sá Carneiro quando não tinha a certeza de ganhar, desertava e depois voltava para secar as lágrimas dos abandonados. Quando conseguiu a vitória da AD por maioria absoluta em eleições intercalares em 1979, de imediato preparou o seu grande golpe: um plebiscito para substituir a Constituição de 1976 por uma que permitisse o "reencontro com a nossa história", interrompida, como já vimos, pelo 25 de Abril.
Assim, tendo mantido a maioria da AD em 1980, recusou apresentar na AR, estando a isso constitucionalmente obrigado, o programa de governo para só o vir a fazer com a vitória desejada e esperada do General Soares Carneiro candidato da AD à presidência da República.
Preparando o golpe, a AD lançou um forte ataque à liberdade de informação, impedindo os Conselhos de Redacção de funcionar, chegando se ao ponto de os seus testas de ferro na RDP chamarem a polícia para impedir o Conselho de Redacção de reunir.
Grande parte dos melhores jornalistas da RDP e da RTP foram irradiados ou colocados na prateleira sendo substituídos por comissariozinhos políticos e analfabetos.
O próprio Marcelo Rebelo de Sousa dizia no Expresso em Outubro de 1980: "temos, deste modo, à frente da gestão das instituições informativas controladas pelo Estado pessoas escolhidas de acordo com um critério político e que obviamente actuarão de acordo com esse critério".
A RTP e a RDP, ao serviço da eleição de Soares Carneiro, chamavam ao campo de concentração de S. Nicolau, de que aquele fora responsável, "granja de recuperação de indígenas".
A trágica morte de Sá Carneiro, dois dias antes das eleições, haveria de poupá-lo ao desgosto de ver derrotado o seu projecto estratégico de uma maioria, um governo, um presidente; por enquanto...

A social democracia sem dor

Curiosamente o PSD só teve um papel minimamente progressista quando ainda não existia.
Era apenas um embrião improvável no tempo da "ala liberal" do marcelismo... Sá Carneiro, Magalhães Mota, Miller Guerra, Pinto Balsemão, entre outros, ensaiam uma oposição colaborante com a ANP (a União Nacional renomeada, como a PIDE o foi por DGS). E foi num projecto jornalístico liberal que o grupo investiu no último ano do marcelismo, depois de terem saído da Assembleia Nacional desgostados com a má aceitação das medidas que propunham. Em 1970 viram chumbado um projecto de constituição subscrito por Sá Carneiro e Mota Amaral que preconizava "a abolição da censura e a proclamação da liberdade de Imprensa; a eliminação dos entraves administrativos à liberdade de associação; a extinção dos tribunais plenários, o fim das medidas de segurança sem termo certo que podiam equivaler na prática à prisão perpétua; a limitação da prisão preventiva sem culpa formada a um prazo máximo de setenta e duas horas; a inclusão do direito ao trabalho e do direito à emigração na lista dos direitos fundamentais" entre outras estranhezas para o regime fascista.
A "ala liberal" do marcelismo, manteve se à espera da evolução na continuidade. Era o tempo de, sob a doce e monótona sonoridade das "Conversas em Família", Marcello Caetano ir brutalizando ainda mais o regime apagando as ténues esperanças que levantara em 1968 nos sectores da burguesia liberalizadora, ansiosa por poder fazer negócios livremente como quaisquer capitalistas que se prezam. A luta operária e, fundamentalmente, a contestação global à guerra colonial, não permitiam veleidades liberalizantes.
A Europa esperava por "nós" embora já tivesse acolhido o Portugal fascista na NATO há mais de vinte anos. O capital precisava de propagandear as suas virtudes e libertar se dos condicionamentos que limitavam a sua expansão e restringiam os lucros a meia dúzia de famílias que exploravam barbaramente a mão de obra semi-escrava das colónias.
Ao abandonar a Assembleia Nacional fascista, em 1973, com o famoso "é o fim", Sá Carneiro dava sinal aos seus companheiros liberais que a luta ia continuar lá fora. O Expresso, acabado de nascer, passou a ser o quartel general do grupo como centro da denúncia e da desmoralização do regime face à elite liberal, tendo cumprido um importante papel.
No entanto a visão da "ala liberal" não a leva até ao ponto, nuclear como se viu, de condenar a guerra em África, que era a corda que segurava o regime fascista nela enforcado.
A guerra colonial definia a linha de ruptura fundamental e de demarcação essencial. Qualquer programa social democrata mínimo teria que colocar o reconhecimento do direito à autodeterminação das colónias no centro da sua política quando a onda contestatária, com centro na universidade, radicalizava a luta contra a guerra colonial, o eixo principal da luta anti fascista desde as greves académicas de 1962 e que iriam culminar nas de 1969, réplica nacional do Maio de 68.
Sá Carneiro e os seus passaram de liberais marcelistas a social democratas como quem bebe uma imperial com tremoços.Elaboram um programa vagamente social democrata para conservadores, sem raizes, nem tradição nem ideias consolidadas. Uma alta burguesia com ímpetos modernizadores - diferenciada do fascismo já podre - disposta a aguentar-se nas vagas da revolução, certa de que ela não duraria muito, criou o PPD conservador, social democrata no verniz, populista, caciquista e golpista na essência. Escreveram o programa, em Novembro de 1974, com as banalidades aprendidas nos manuais de ciência política das faculdades de Direito de Lisboa, Porto e Coimbra e depois num pragmatismo avassalador praticaram a política do marcelismo sem Marcello logo que o 25 de Novembro os libertou da pressão social revolucionária que os constrangera ao ponto de proclamarem o socialismo como o pai de todas as coisas boas.
Magalhães Mota, Jorge Miranda, Vilhena de Carvalho, Cunha Leal, entre outros intelectuais de relevo, 37 ao todo, que haviam aderido ao PPD na convicção de estarem a dar corpo a um projecto social democrata, viram se obrigados a sair, em protesto contra o pragmatismo e o manobrismo de Sá Carneiro, e a formarem um Agrupamento Parlamentar, a Associação Social Democrata Independente (ASDI)

O 25 de Abril nunca existiu?

Os sucessores de "ala liberal" organizados no PPD nunca conseguiram ir além da teoria de que o 25 de Abril não teria sido necessário.E, perante a ostensiva evidência dos factos históricos, tentaram escamotear aquilo mesmo de que vinham a queixar-se: a revolução do 25 deAbril, da qual nem o cravo quiseram resgatar. Sem receio de contradizerem o slogan dos dois Carneiros, de "reencontro com a história". Para tal elaboraram a subtil explicação de que tudo não passara de uma evolução (na continuidade?...)
Em 1996, Marcello Rebelo de Sousa confessava se "fascinado pelo papel de Spínola na transição". A evolução vai passar a ser para o PPD/PSD a bandeira comemorativa do 25 de Abril como se encarregou de teorizar e servir na propaganda do governo de Durão Barroso, o historiador António Costa Pinto.
A evolução na continuidade estava (e está) de tal forma entranhada nas hostes do PPD que em Abril de 1992, Cavaco, depois de a ter negado a Salgueiro Maia, concedeu a Pides uma pensão por "altos serviços prestados à Pátria".
Francisco Sousa Tavares, que fora deputado do PSD, reagiu na Capital, o jornal de que era director,: «Este escarro em tudo o que representou a Revolução de Abril ressoará muito tempo em todos os que sofreram, em todos os que foram perseguidos pela PIDE, em todos os que prestaram à Pátria o excelso serviço de luta pela liberdade, com sacrifício da sua vida, do bem estar, da carreira e da sua própria segurança» Com o mesmo sentido de Estado tal distinção já tinha sido concedida por Cavaco em 1987, ao capitão Maltez Soares da Polícia de Choque fascista e, em 1988, a outro agente da PIDE, Fernando Ferreira Alves.
Não podemos, pois, admirar nos por, no passado 10 de Junho, o PR ter afirmado com tanto vigor querer "sublinhar acima de tudo a raça, o dia da raça, o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades".
Ideologicamente o PPD esteve, desde o primeiro dia, pronto para abraçar de alma e coração o neoliberalismo de Reagan e Thatcher que aí havia de chegar.
Exactamente no auge da investida neoliberal, o PPD crisma-se, sob a orientação de Cavaco: Partido Social Democrata. A social democracia à PSD tem uma génese própria. Ela radica num marcellismo evolutivo e nunca de lá saiu. Não sofre do pecado original da social democracia europeia. Ela não foi condicionada por movimentos de massas, porque o 25 de Abril nunca existiu ou não passou da evolução na continuidade!:
"Na evolução verificada ao longo dos últimos quinze anos é patente a diferença na génese e na afirmação da social democracia portuguesa relativamente às suas congéneres europeias. Estas, de um modo geral, e por terem surgido e se terem afirmado quer no final do Séc. XIX ou no início do século XX, quer em períodos subsequentes à queda de totalitarismos de direita, assumiram a defesa de opções claramente influenciadas por esse condicionalismo envolvente.
Tal condicionalismo foi marcado pelos movimentos de massas e por contradições aparentemente irredutíveis entre classes e grupos sociais, bem como pela influência do marxismo, revestindo muitas vezes cariz anticapitalista, antiliberal e antiparlamentar e postulando uma acentuada intervenção do Estado na vida económica e social".
Os legítimos herdeiros da "ala liberal" marcelista puderam enfim retornar às suas raízes . "Reencontram se com a sua própria história", como queria Sá Carneiro quando apoiava o ex responsável pelo Tarrafal angolano a presidente da República em 1980.
A história mais recente do PSD, desde o apoio empenhado ao crime contra a humanidade que é a guerra com que Bush arrasou o Iraque, à fuga de Durão Barroso para Bruxelas, à tomada de posse de Santana Lopes como primeiro ministro por sucessão dinástica sem escrutíneo do próprio PSD, até Meneses capaz de tudo e do seu contrário e agora Manuela Ferreira Leite obrigada a lembrar se dos pobrezinhos por não ter qualquer saída face a quem faz melhor que ela o que ela própria defende, tem sido a história do pragmatismo, da ganância mais rasteira. Desde as autarquias ao poder central. Mas sempre sob a bandeira libertadora dos EUA. A defesa de Portugal como protectorado dos EUA (Quadratura do Círculo, 13/6/08) foi a mais recente demonstração de fidelidade aos princípios por parte do inspirador e teórico de Manuela Ferreira Leite, senão mesmo de Cavaco, José Pacheco Pereira.

Pas de deux

Depois da AD lançar as bases para as privatizações sustentadas, o Bloco Central formaliza na política o que já vinha sendo desde o 25 de Novembro a afirmação mais ou menos conturbada da preponderância dos grandes interesses financeiros assente nos dois grandes pilares da comunidade, o PS e o ainda PPD.
A consolidação do projecto precisava de uma solução política firme que não se compatibilizava com as hesitações inerentes a uma governação bicéfala: Mário Soares e Mota Pinto.
A história é conhecida, carro novo, rodagem, Cavaco ganha o congresso do PPD para ir explorar a sementeira deixada pelo Bloco Central.
O seu consulado de 10 anos é de arrebenta a bexiga: a revisão constitucional de 1989 com o PS, abre as portas à privatização e liberalização total da economia e lançamento das bases do casino nacional pela reconstituição (melhor dizendo reforço) do poder das grandes fortunas (vindas quase todas do fascismo) que passam da indústria para a finança, indemnizações chorudas e iníquas aos novos pobres que o 25 de Abril tinha criado: Quina, Champallimaud, Roquete, Espírito Santo, etc. Liquidação das pescas, da rede interior dos caminhos de ferro, lançamento das bases do negócio do ensino superior privado (para encher a mula a professores da dita ruça) com 350 milhões de contos retirados ao ensino público, lançamento do ataque em forma ao SNS, liquidação da marinha mercante e das pescas, da indústria naval, etc.
Os reinadinhos de Durão Barroso e de Santana Lopes, são brincadeira de crianças comparados com a campanha mortífera ensaiada com o Bloco Central e conduzida com mão de ferro por Cavaco Silva, o mesmo que hoje se preocupa com a pobreza. Que bom criar pobres para podermos ajudá los!
Passaram trinta anos de alternância em que PS e PSD se acusam mutuamente de fazerem coisas bem piores quando estão no governo!...
A grande vitória do PSD coincide exactamente com o seu canto do cisne: quando finalmente a vida lhe dá razão a "ala liberal" hoje faria boa figura é quando o PS no governo o torna irrelevante. O PS ganha perdendo os socialistas; o PSD ganha perdendo quase a razão de existir. De qualquer forma esteve certo mais cedo.
Agora é uma questão de saber fazer. E Sócrates sabe fazer melhor.
Vencidas as eleições com um terço dos militantes, Manuela Ferreira Leite vai andar por aí a proferir banalidades com perfume social.
O grande aglutinador do PSD actual só poderia ser Sócrates pois é ele quem detém o poder executivo e cumpre o programa da finança. Quem sabe? Na prática, tem sido com ele que se cumpre o projecto estratégico com que sonhou Sá Carneiro e o próprio Cavaco: uma maioria, um governo, um presidente.
E vamos a ver quais serão as hostes apoiantes de Cavaco em 2011.
Mário Tomé